Menu
Espaço JB

Blog

‘Round 6’ e infância combinam?

26 de outubro de 2021

Foto: Divulgação

 

Fazer com que crianças se desenvolvam felizes, saudáveis e responsáveis tornou-se um desafio maior com o advento da internet e tecnologias por toda a parte. Num mundo conectado, os bebês já acessam conteúdos que mal compreendem e crianças veem celulares como objeto essencial – assim como nós adultos. E daí me pergunto: como podemos, então, conviver com esse fato? É possível achar um equilíbrio?

Aqui trago ‘Round 6’, a série do momento, para que a gente reflita junto sobre educação e hiperconexão. Nos chama atenção as cenas violentas da produção, não à toa, ela acompanha a classificação indicativa de 16 anos. Isso significa, portanto, que adolescentes e crianças abaixo da faixa etária não devem assistir.

A dúvida acompanha a situação difícil de ser encarada. “Meu filho está assistindo tal série, o que eu faço?” ou “tem como bloquear o conteúdo?”, ouço muito por aí. Por mais que lá no fundo desejamos criar nossos filhos em um lugar livre de dores, sabemos que esse não é um jeito perspicaz de apresentá-los ao cotidiano tão… Mundano.

Entendo que o lado desgostoso do meio digital é que ele não pede licença pra entrar. A gente adora se beneficiar das utilidades do WhatsApp e não gosta quando perdemos o controle do que nossos filhos assistem. TV agora é streaming e o streaming está no celular. Por isso proponho para mim e para você que a solução não é negar, muito menos proibir.

Uma educação que liberta é aquela que provoca questionamentos e dá autonomia para aquele ser desenvolver-se e escolher com autonomia no mais tardar. Qual o caminho do meio quando produções reflexivas, viciantes e violentas como ‘Round 6’ invadem os smartphones? Às vezes a resposta é mais simples, é somente participar.

Tente sentar e assistir a série com a criança que você cuida. A curiosidade vai existir, os amigos da escola vão comentar, se abrir o Google, então… Vamos saborear a maturidade para entender que é difícil expurgar o desejo dos pequenos quando o assunto é assistir ao que não se experienciou. Pode ser que a criança assista escondido e, acredite, isso pode ser pior.

Se as alusões propostas pela série chocam gente que teoricamente viveu muita coisa, imagina como as imagens irão se desenvolver num cérebro em crescimento e com um quê de ingenuidade?

Converse e elabore a violência assistida, pode ser benéfico para o aprendizado do seu filho.

Entenda o porquê daquele jovem querer consumir a série e quais dúvidas surgem a partir do conteúdo. E, sobretudo, peça ajuda aos profissionais quando não souber o que fazer. Também é dever do profissional da saúde aconselhar e acompanhar a relação.

A equação não é tão simples, mas que nos disse que seria, não é mesmo?

Marque sua consulta